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domingo, 29 de maio de 2011

Carta ao Sr. Orgulho

Boa tarde, velho amigo. Como tem passado? Bem, eu espero. Vejo que, nos últimos dias, tens sentido muitas saudades de mim, pois tens me procurado tanto, não é mesmo? De uns dias pra cá, o Sr. vem me visitar com uma freqüência assustadora, as vezes. Aliás, velhos conhecidos como nós dois somos, posso tirar esse “Sr.”, porque assim fica muito sério. Seriedade. É assim como trato você e como tem me tratado. Sempre foi assim por aqui. Ainda não sei se é bom ou ruim ter a sua companhia, pois isso tudo influencia tanto. Muitas vezes, estou determinada como nunca a fazer algo, e aí então, alguém bate à minha porta e, quando eu abro: Tcharam! Surpresa! É você. Veio me visitar de novo? Ontem você já esteve aqui. “- É, vim te mostrar o lado correto de ver as coisas” – você me diz. E, de novo, eu me perco dentro da minha própria mente, novamente confusa sobre os caminhos a tomar. Você veio me ver e me dizer que não é assim que deve ser feito. Tudo bem. Eu aceito. Eu sempre te aceito, caro amigo. E me coloco de pé frente a tudo, com esse ar de superioridade que você me traz, mostrando que sou muito capaz e consigo ser melhor do que tudo isso. Eu sempre consegui ser melhor, por que agora seria diferente, não é? Nem sempre é, mas você não me deixa pensar de outra forma. As vezes, quero te mandar pra longe, te dizer que não quero mais ter ver, não, nunca mais... Mas não consigo! Você tem me acompanhado em tantos momentos. Essa é uma amizade que não deveria ter começado, mas começou... E agora, não sei como conduzí-la. Vou tentando ponderar, entre um momento e outro, com algumas dosagens pequenas em algumas situações e, noutras tantas, doses exageradas que assustam até a mim mesma, que te conheço de perto e de tanto tempo. Sei que já me ajudou e é por esse motivo que ainda te escuto. Só por isso. Mas, sinceramente, as vezes, tenho minhas dúvidas sobre você. Você também é incerto e claramente confuso. Bom, acho que já escrevi demais, fiquemos assim então.

Receba essa carta e venha me visitar quando necessário. Quando, realmente, necessário.

"Se você não se importa, por que eu me importaria?"


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