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sábado, 28 de maio de 2011

Desejo, necessidade, vontade

Você tem sede de que? Você tem fome de que?

Frio. Mas o coração está quente, aquecido por uma chama chamada esperança. Tenho tanto a fazer, tanto, tanto, tanto. Os meus sonhos estão no mesmo lugar, esperando que eu chegue até eles e os abrace forte, pra nunca mais soltar, como quem abraça alguém que se está com saudade, assim com bastante vontade. Os meus desejos... Ah, os meus desejos! Vem e vão, como o vento que toca os meus cabelos me trazendo um arrepio rápido e indo embora em seguida, chega e vai embora, volta e se vai novamente. Muitas vezes, nem eu mesma sei o que quero de mim e o que espero do mundo. O que esperar do mundo? É uma boa pergunta. Poderia ser boa a resposta. Mas, dentre tantas pessoas falando, dentre tanto sons, ninguém consegue me dizer realmente nada. Aos meus ouvidos, soam como barulho, apenas. Nada mais que isso. E conseguem se encaixar perfeitamente na voz de Renato Russo, quando ele diz: “E falam demais por não ter o que dizer”! Só pra não ficarmos quietos, só pra fingir. E eu, tendo de viver a minha vida, leia bem, A MINHA VIDA, modelando-a de um modo que fique bem bonitinho e aceitável à sociedade que tanto nos exige. Rá. Francamente, não faz o meu tipo aceitar essas coisas. Sinceramente, às vezes, tenho de vontade de mandar essa tal de sociedade pastar. Quer dizer, eu mando, muitas vezes. Hoje não é um dia desses. Não gosto disso não, de deixar a vida ir, mas hoje, não há nada a ser feito. Hoje estou assim, despreocupada, deixando as coisas aconteceram de acordo com o seu fluxo natural. A manhã que vai ficando mais colorida e virando dia; o dia que vai ficando mais intenso, depois mais escuro e tornando-se noite; a noite que vai ficando mais fria e tornando-se madrugada. Madrugada. Gosto dela e da capacidade que ela tem pra deixar as coisas intensas. Mas hoje... Hoje não é um dia desses. Hoje tenho outras prioridades. Hoje preciso fazer outras coisas que, agora, são mais importantes. Preciso fazer jus à mulher que me tornei, pegar com as minhas mãos as responsabilidades que me deram e fazer delas o melhor que eu puder. Eu consigo, claro que consigo. Eu sempre consegui. E, se você acha que eu tenho medo... é porque não conhece a minha fé!


Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.


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